04-05-2009 14:43

seminário | Arte & Mercadoria

Teatro Maria Matos, 4 de Maio de 2009, 2ª feira, 18h-23h
com antónio guerreiro, francisco frazão, marco martins,
maurizio lazzarato e pedro boléo


organização
TEATRO MARIA MATOS
unipop


18h O AUTOR ENQUANTO PRODUTOR.
Mesa-redonda acerca de um texto de Walter Benjamin.
Com António Guerreiro, Francisco Frazão, Pedro Boléo e Marco Martins
.
“O autor enquanto produtor” é o título de uma comunicação de Walter Benjamin datada de 1934. Precedendo o conhecido ensaio “A obra de arte na era da reprodutibilidade mecânica”, este texto coloca em debate a relação entre a tendência política de uma obra, a sua técnica de escrita e o posicionamento do autor no processo de produção da obra. A partir deste texto de Benjamin, mas extravasando-o, convidámos António Guerreiro (crítico do jornal Expresso), Francisco Frazão (programador de teatro da Culturgest), Marco Martins (cineasta) e Pedro Boléo (crítico musical do jornal Público) para uma conversa informal sobre aqueles temas.

19h30 CONVERSA COM MAURIZIO LAZZARATO ACERCA DE CULTURA, TRABALHO, LIBERALISMO, SUBJECTVIDADE.
Paralelamente à pobreza económica, o liberalismo produz uma pobreza da subjectividade. E se, em resultado do forte desnível de rendimentos, o empobrecimento económico atinge a população diferenciadamente, já o empobrecimento da subjectividade é transversal à generalidade das pessoas, uma vez que as sociedades securitárias, sejam elas ricas ou pobres, estão expostas às mesmas semióticas da informação, da publicidade, da televisão, da arte e da cultura. A produção deste “mundo semiótico” partilhado por todos é um elemento específico da administração e governo dos artistas/técnicos e dos públicos que poderá ser melhor analisada à luz das transformações da arte no último século e à luz dos regimes laborais dos intermitentes do espectáculo – artistas e técnicos que trabalham no teatro, na música, na dança, no cinema, na televisão, no circo, etc.

Maurizio Lazzarato é sociólogo e filósofo, membro do Labaratoire Matisse-Isys (Universidade Paris 1) e da direcção da revista Multitudes. Entre as suas áreas de interesse estão a relação entre trabalho e arte, o pós-fordismo e o trabalho imaterial, a ontologia do trabalho e os movimentos pós-socialistas. Tem também trabalhado a obra de autores como Gabriel Tarde, Gilles Deleuze e Felix Guattari. Escreve igualmente acerca de cinema, vídeo e novas tecnologias de produção de imagens. Recentemente, publicou Intermittents et Précaires (com Antonella Corsani) e Puissances de l’invention. La psychologie économique de Gabriel Tarde contre l’économie politique. Nesta sua passagem por Lisboa, Lazzarato participará igualmente no seminário «a economia para além da economia».

22h FORA DE ÁGUA, de Catarina Mourão (1997, 47').
Em Maio de 1997 e com o apoio do programa Europeu Interreg II, dez artistas plásticos foram convidados para realizar várias intervenções de arte pública no distrito de Beja. Este documentário conta a história do encontro entre estas obras, os seus autores e a população local, dando a conhecer os vários pontos de vista nesta experiência que, por ser pública, obrigatoriamente envolveu a população como receptora. No entanto, neste episódio muitos disseram que em vez de arte pública, houve antes arte contra o público – culminando esta experiência na destruição de uma das obras pela população. Pergunta-se quem eram afinal os destinatários destas obras? Através do registo deste confronto “Fora de Água” procura questionar o impacto e percepção da “arte pública” por aqueles que à partida são os seus beneficiários, abrindo a discussão sobre a responsabilidade do artista nas questões inerentes à recepção da sua obra.

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